Desde o início dos tempos nos reunimos ao redor do fogo para contar histórias e dividir o nosso dia.
A fogueira mudou, deixou de ser a única forma de preparar os alimentos, e hoje em dia, preparamos nossa refeição rapidamente no micro-ondas.
Mas, a nossa relação com a cozinha não mudou completamente. É ainda ao redor da mesa que as famílias se reúnem.
É, na refeição feita em conjunto, que colocamos muitas conversas em dia.
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Na cozinha a conversa flui entre as pessoas da casa.
A visita chega em casa, e a dona da casa já chama, “Entra, vem tomar um café.”
Servido ali na mesa, acompanhado de bolos e quitutes, é hora de falar de boas lembranças, passar adiante as memorias.
O dia circula ao redor da cozinha. O café da manhã, o almoço e o jantar são preparados nela, sem falar dos lanchinhos entre as refeições.
Entre preparar a comida, e terminar o dia lavando as louças, a cozinha esteve presente, pelo menos, na metade das interações.
É por causa deste aconchego que falamos em comida afetiva.
Com o mundo correndo tanto na contramão destas tradicionalidades, que vemos mais e mais famílias que não comem mais a mesa. É cada um em um canto, diante da tela no quarto, ou na tela da tv.
Quando na mesa, ainda há quem fique ali com o smartphone ligado. O ponto, é que nossa memoria sente falta do carinho que as mães, tias e avós, nos dispensavam quando na primeira infância.
E, lembramos com carinho desta época com algumas comidas. Daí o termo comida afetiva.
Quem assistiu Ratatouille deve ter entendido o motivo do prato principal ser chamado de ‘prato de camponês’. O ratatuille, um refogado de legumes simples, lembrou ao critico Anton Egô, de sua infância. E isto o fez ficar mais feliz.
Comida afetiva é aquela que nos leva para perto das memorias felizes, que passamos geralmente na cozinha.
É onde aprendemos a colaborar como família
Parece um exagero, mas é na cozinha que as crianças aprendem a ajudar os pais no preparo da refeição, e sentem assim que são quase gente grande. É com a pequena colaboração delas em tarefas simples, que cresce a união familiar.
O senso de pertencimento e reconhecimento também passa pela cozinha. No preparo do leite com achocolatado, ou na louça recém lavada.
Arrumar a mesa, colocar os alimentos, distribuir os pratos, tudo isto pode ser feito em família – e deve – estimular este convívio.
É na cozinha que se faz a mágica
É importante lembrar que é na cozinha que a magica diária acontece. Quando você abre o armário e começa a pensar no que vai preparar para o jantar.
É neste momento que o amor e o carinho pela família, por aqueles que vão comer a refeição, fala mais alto.
Sempre tem quem goste de mais tempero, ou quem não aprecie pimenta. Ou aquele que adora um tempero verde colocado por último como um toque final.
Na sua cozinha, você é o chef, e é capaz de transformar ingredientes simples numa bela refeição.
Saciar a fome tem o poder curador de eliminar parte do estresse, afinal, ficamos irritados e estressados quando com fome. Comer algo que seja realmente gostoso, nos coloca mais perto da felicidade.
Assim, quando comemos nosso prato favorito, feito por alguém que nos ama, a alegria geralmente toma conta, e todo mundo ganha.
Basta falar, que é na cozinha que se faz brigadeiro, para dar agua na boca e dar aquela vontade enorme de preparar alguns, não é?
Nem só de chefs se faz a cozinha, é por isto que a cozinha é o coração da casa.
Você já deve ter visto em anúncios de imóveis o clássico: ‘quarto e cozinha’. Não é quarto e sala. É quarto e cozinha. Porque não dá para pensar em uma casa sem cozinha.
Seja para ficar ao redor com a família, ou apenas preparar um chá durante a noite. A cozinha é onde tudo acontece. É onde as conversas fluem, as pessoas se divertem umas com as outras, saboreiam pratos feitos com amor e carinho.
Não importa se é uma cozinha hiper equipada, estilo industrial, ou estilo casa de revista. Para ser o coração da casa, ela precisa apenas cumprir seu papel, e integrar todos os seus habitantes.
Na cozinha todo mundo colabora, e todo mundo aprende. É a mãe que ensina os filhos pesos e medidas, fazendo a matemática ficar mais lúdica. Ou o marido que ensina que ajudar nas tarefas é trabalho para todos, ao guardar a louça limpa.
Não é só de chefs que se faz uma cozinha. É de gente comum, como você. Afinal, como diz o mestre Linguini: Qualquer um pode cozinhar!
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